COISAS QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA

Conforme notícia divulgada através do site Coxanautas no dia 11/06/2010:
“Na tarde de hoje, na 11ª Vara do Trabalho de Curitiba, Coritiba e Ariel Nahuelpan tiveram a audiência inicial do processo movido pelo Clube em face do atleta.

O Coritiba formulou a seguinte proposta para solução da demanda: Pagamento de R$300.000,00 para a permanência do atleta pelos três anos restantes do contrato original, a serem pagos em três parcelas mensais e salários de R$50.000,00 por mês no primeiro ano (julho/2010 a junho/2011), R$60.000,00 no segundo ano (julho/2011 a junho/2012) e R$70.000,00 no terceiro ano (julho/2012 a junho/2013). Além disso cede ao atleta 30% do direitos federativos que dispõe, ficando o clube com 50% e os 20% restante com aquele que já os detém.

O jogador, que estava acompanhado do advogado Augusto Mafuz, recusou a proposta, limitando-se a manter o que já havia proposto através de petição que se encontra às fls. 89, ítem 5, cujas condições estão assim dispostas: 1) renovação do vínculo contratual pelo período de 02 (dois) anos; 2) recebimento da quantia de 1.300.000,00 Euros de 'luvas'; 3) reajuste salarial para 100.000,00 Reais mensais entre julho a dezembro de 2010 e 4) reajuste salarial para 200.000,00 Reais mensais entre janeiro a dezembro de 2011.

Com isto, a audiência de instrução e julgamento ficou designada para o dia 21/06/2010, às 09h30min. Nesta audiência serão produzidas as provas consistentes nos depoimentos pessoais e de testemunhas (entre outras, se for o caso), podendo a sentença ser proferida neste mesmo dia. ”
(fonte: http://www.coxanautas.com.br/noticias/conteudo.phtml?id=29584&t=Exclusivo-Ariel-nao-aceita-proposta-de-acordo-do-Coxa).

Assim foi descrita a primeira notícia sobre a tão aguardada audiência entre Coritiba e Ariel Nahuelpan. Sinceramente, eu tinha esperanças de um acordo, já sabia dos valores que o Coritiba ofereceria e os considero extremamente adequados e justos, todavia, a resposta de Ariel a nossa proposta pode ser analisada de várias formas:
A) Não quero ficar.
B) Quero ir embora.
C) Sou um tremendo ingrato.
D) Não tenho caráter e nem hombridade para cumprir o que assino.
E) Todas as alternativas anteriores (essa é por minha conta).

Um problema muito sério que a Lei Pelé gerou foi a criação das “profissões” de procurador, representante e agente de jogador de futebol, geralmente uma pessoa que fala bem, ajuda o atleta em uma ocasião e, com a confiança, começa a fazer com que o boleiro realmente ache que joga mais do que realmente joga. Às vezes até convence alguém que ele pode ser jogador de futebol. Lembro muito bem de um caso onde eu disse para um atleta prata da casa que a melhor coisa que ele poderia fazer para a vida dele seria estudar enquanto ele ainda é novo, porque para jogador de futebol ele não servia, pelo menos não para o Coritiba. O procurador dele, que no caso era o seu pai, ficou muito bravo, mas o agente e empresário somente abaixou a cabeça e saiu, não defendeu o “seu” atleta, até porque sabia que o cara era a íngua da zaga do Coxa.

Voltemos ao picareta sem palavra. Estou postando abaixo uma lista com os maiores salários dos Campeonatos Brasileiros de 2009 e 2010:

MAIORES SALÁRIOS 2009
1°- Ronaldo* (Corinthians) = R$ 1.133.000
2°- Adriano** (Flamengo) = R$ 362.000
3°- Nilmar*** (Internacional) = R$ 360.000
4°- Fred (Fluminense) = R$ 350.000
5°- Leandro Amaral (Fluminense) = R$ 280.000
6°- Kléber (Cruzeiro) = R$ 280.000
7°- Thiago Neves (Fluminense) = R$ 270.000
8°- Edmílson (Palmeiras) = R$ 240.000
9°- Rogério Ceni (São Paulo) = R$230.000
10°- Washigton (São Paulo) = R$ 220.000
11°- Marcos**** (Palmeiras) = R$ 200.000
12°- D’Alessandro (Internacional) = R$ 200.000
13°- Léo (Santos) = R$ 200.000
14°- Fábio Costa (Santos) = R$ 200.000
15°- Lúcio Flávio (Santos) = R$ 185.000
16°- Kléber (Internacional) = R$ 180.000
17°- Maxi López (Grêmio) = R$ 180.000
18°- Souza (Corinthians) = R$ 175.000
19°- Kléber Pereira (Santos) = R$ 174.000
20°- Fábio (Cruzeiro) = R$ 173.000
21°- William (Corinthians) = R$ 150.000
22°- Kléberson (Flamengo) = R$ 150.000
23°- Carlos Alberto (Vasco) = R$ 150.000
24°- Mozart (Palmeiras) = R$ 140.000
25°- Léo Moura (Flamengo) = R$ 130.000
26°- Acosta (Náutico) = R$ 125.000
27°- Keirrison (Palmeiras) = R$ 120.000
28°- Diego Souza (Palmeiras) = R$ 120.000
29°- Marcelinho Paraíba (CORITIBA) = R$ 120.000
30°- Tcheco (Grêmio) = R$ 120.000
31°- Alex Mineiro (Grêmio) = R$ 120.000
32°- Souza (Grêmio) = R$ 120.000
33°- Fabão (Santos) = R$ 110.000
34°- Emerson (Flamengo) = R$ 110.000
35°- Obina (Palmeiras) = R$ 110.000
36°- Fabiano Eller (Santos) = R$ 100.000
37°- Diego Tardelli (Atlético-MG) = R$ 90.000
38°- Reinaldo (Botafogo) = R$ 90.000
* (80% são valores do patrocínio da manga e calção)
** (162 mil do Flamengo + % dos produtos da Olympikus)
*** (130 mil + um milhão de euros em parcelas anuais)
**** (Pode chegar a R$ 300.000 dependendo do número de partidas jogadas) 1.

MAIORES SALÁRIOS 2010
Robinho | Santos – R$ 1 milhão
2. Ronaldo Fenômeno | Corinthians – R$ 700 mil
3. Adriano | Flamengo – R$ 380 mil
4. Fred | Fluminense – R$ 350
5. Kléber | Cruzeiro – R$ 350 mil
6. Rogério Ceni | São Paulo – R$ 230 mil
7. Washington | São Paulo – R$ 220 mil
8. Marcos | Palmeiras – R$ 220 mil
9. D’ Alessandro | Internacional – R$ 220 mil
10. Fábio Costa | Santos – R$ 215 mil


Gostaria apenas de lembrar algumas coisinhas:
a) Ronaldo não recebe salários, recebe a verba dos patrocínios, mas é campeão mundial pela Seleção Brasileira, ex-jogador do Barcelona, Real Madrid e Milan.
b) Adriano é jogador de Seleção Brasileira, ex-jogador do Parma, Inter de Milão e atualmente Roma, além é claro de ter sido decisivo no título brasileiro do Flamengo em 2009;
c) Fred tem os salários pagos pela UNIMED,
d) Robinho tem os salários pagos por um grupo de empresários de Santos.

Agora me responda, amigo torcedor: o Ariel realmente merece ganhar R$100.000,00 mensais em 2010 com o Coritiba rebaixado e R$200.000,00 em 2011 (se Deus quiser com o Coxa de volta à Série A)? Só para deixar claro, hoje o salário dele é de R$29.750,00, valor esse que somente deveria começar a ser pago em janeiro de 2012, mas o Coritiba achou justo dar esse aumento espontâneo ao atleta com antecedência, além do mais, não podemos esquecer que Ariel fez parte do grupo que rebaixou o Coritiba. Sinceramente, eu prefiro pagar R$90.000,00 para o Diego Tardelli, que está rachando de fazer gols, do que R$100.000.00 para o Ariel, mas, o que eu queria mesmo saber foi o que o Mafuz e o Dreyer falaram para convencer o Ariel de que ele realmente vale tudo isso por mês...

Não estou cobrando do Ariel a fidelidade e a atitude que teve Ney Franco, que pediu para não ouvir a proposta do Cruzeiro ou de Leãondro Donizete, que recebeu uma proposta (a meu ver irrecusável) do Santos e preferiu primeiro lutar para levar o Coritiba (time que o tirou Série C) de volta a Série A, mas aprendi com meu pai que quando eu digo ou prometo algo, tenho que cumprir. Ariel fez pior, assinou um contrato e agora quer simplesmente rasgar, deve ter aprendido isso com o “quase pai dele”.

Falando em contrato, muita gente tem criticado a diretoria do Coritiba pelo contrato feito com o gringo. O Dr. Carlos Eduardo R. de Moura, advogado especializado em Direito Desportivo, em litigâncias nacionais e internacionais postou o estudo abaixo sobre a lei de contratos de atletas estrangeiros:

“Todo de fim de ano, após o encerramento da temporada do futebol brasileiro, as manchetes esportivas são tomadas pelo espírito das especulações sobre o famoso “vaivém” do mercado da bola, onde se especula se “fulano vai pro Flamengo ou pro Corinthians”, ou “será que o Goiás libera sicrano para o Santos”, a linguagem das matérias já ficou mais especializada, com direitos federativos pra cá, direitos econômicos pra lá, mas algo que a cada temporada cresce mais dentro do Brasil é a procura por jogadores de outros países da América do Sul, como reposição a talentos brasileiros que deixam nossos campos cada vez mais cedo, em busca de melhores salários e oportunidades.

Com isso, novas regras precisam ser melhor observadas, já que era quase inexistente a importação de talentos que hoje ocorre no Brasil, provavelmente tendo em vista que a economia brasileira seja uma das mais emergentes do mundo – fato reconhecido pelo resto do mundo, ao nos escolherem como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

A regra básica, na ponta da língua dos torcedores, é: quantos jogadores estrangeiros cada entidade de prática desportiva pode possuir em seu plantel? A princípio, quantos o clube quiser, a limitação na verdade se impõe em cada jogo, onde só podem constar três atletas estrangeiros na relação de dezoito jogadores relacionados para uma partida.

Outra questão que sempre surge nos noticiários – recentemente de forma polêmica, envolvendo o jogador Guiñazu, numa hipotética proposta do São Paulo Futebol Clube- é com relação ao visto de trabalho para jogador de futebol nascido fora do Brasil. De acordo com a Resolução Normativa nº 76, de 3 de maio de 2007, um dos requisitos para que o Ministério do Trabalho conceda o visto de trabalho ao atleta estrangeiro de futebol é que haja o compromisso de repatriação do jogador chamado, bem como de seus dependentes, ao final de sua estada. Assim, a questão passa a ser interpretativa. O que devemos considerar como “final da estada” do empregado, ou, nesse caso, do jogador? A estada poderia ser tanto cada um dos trabalhos no país, como também o período integral que ele aqui permanecer, após todas as transferências de clube para clube.

A tendência é sempre pela flexibilização de normas que visem apenas burocratizar situações corriqueiras. Em outras palavras, em nossa opinião, a exigência de que, a cada transferência o jogador retorne ao seu país, para novo ingresso no Brasil, não faz sentido do ponto de vista prático (mesmo porque esse trânsito pode ser conduzido perfeitamente através de atividades consulares em conjunto com o CNIg). Nos países integrantes do Mercosul, essa exigência teria ainda menos sentido, mas na prática é o que costuma ser feito, ou seja, após dois anos de trabalho contínuo no Brasil, o atleta estrangeiro deve retornar ao seu país natal e renovar seu visto

Por fim, existe um questionamento: como firmar um contrato profissional com um atleta estrangeiro por mais de dois anos, já que seu visto de trabalho se expira após tal período? A questão é interessante, porém simples se vista sob os critérios de funcionamento do futebol, regido pela Fifa: os direitos federativos permanecem com o clube contratante independente do jogador participar de uma partida ou não, e o visto de trabalho a ser renovado é necessário apenas para o atleta poder exercer sua profissão, ou seja, treinar, concentrar e participar de jogos oficiais ou não.

O direito federativo sobre este atleta estrangeiro não se extingue com o fim do visto de trabalho temporário, o atleta apenas precisa renová-lo para não prejudicar as suas obrigações assumidas em contrato com o clube contratante – e certamente a entidade de prática desportiva, assessorada por um bom advogado especialista em Direito Desportivo, irá inserir uma cláusula que obrigue o contratado a renovar seu visto, sob o risco de pagar uma multa pecuniária caso não o providencie.

A tendência é uma flexibilização legal mais abrangente nesses casos, tendo em vista tanto os avanços dentre os países participantes do MERCOSUL, quanto pela própria transformação que o futebol brasileiro deverá sofrer para se adequar a uma nova realidade negocial (sic). E esperamos que essa transformação não tarde ainda mais no Brasil.”

(Fonte: Comunidade Oficial do Coritiba no Orkut, postado por Nadja Mauad - Carlos Eduardo R. de Moura é advogado especializado em Direito Desportivo, em litigâncias nacionais e internacionais.)

Se o que foi exposto acima estiver correto, a diretoria do Coritiba fez tudo certinho e o Ariel estará encrencado, pois, por pior que seja o Departamento Jurídico do Coritiba, uma ação na FIFA com certeza será favorável ao Coritiba e quem sabe até lá o Coritiba não resolve contratar um advogado especializado em direito esportivo para cuidar de suas defesas...

Parabéns Pibe, você realmente está muuuito mal assessorado, não sabe em que buraco está se metendo. Infelizmente, vai descobrir tarde quão fundo e cheio de serpentes é esse buraco e creio que quando se dê conta disso não terá mais volta, nem forças para escalar novamente, mas vou te ajudar a perceber isso. Reproduzo abaixo alguns comentários feitos por seu advogado a seu respeito:

Ariel é um “Monte de Ossos”
http://www.parana-online.com.br/colunistas/14/60453/?postagem=FALTOU+O+JOGO

“atrasou de bandeja para Keirrison, que deu a Marlos a bola para criar a chance para aquele monte de ossos carregado por Ariel empatar”
“Ariel é paraguaio?”
http://www.parana-online.com.br/colunistas/14/61224/?postagem=CONSOLO

“Perguntar não ofende: afinal, o centroavante Ariel Nahuelpán é argentino ou paraguaio?”

“Ariel = ruindade”
http://www.parana-online.com.br/colunistas/14/61544/?postagem=SEGREDOS

“O mais grave é que essa fase coincide a absoluta omissão de Paraíba, e a ruindade de João Henrique e Ariel.”

“Se fosse bom os clubes argentinos contratariam”
http://www.parana-online.com.br/colunistas/14/54420/?postagem=OS+PROFISSIONAIS

“atacante da 2.ª divisão argentina, que durante toda a temporada fez 6 gols. Boca e River, então, não devem ter bons observadores.”

“Ariel = Pedro Oldoni”
http://www.parana-online.com.br/colunistas/14/59910/?postagem=VIDA+ETERNA

O Coritiba pagou R$ 1.300.000,00 por um jogador da segunda divisão da Argentina que quando chegou aqui não tinha um tênis para calçar, não conseguia matar uma bola, que tentava colocar a mão na bola em todos os escanteios, que literalmente aprendeu a jogar futebol no Brasil. Quem em sã consciência apostaria em um atleta desses? O Ariel ganhou a simpatia da torcida mais por sua garra do que por seu futebol, foi decisivo na conquista do Campeonato Paranaense de 2010, e agora apunhala o clube que o revelou para o futebol.

Se pudéssemos escolher uma música para homenagear o Ariel, com certeza não seria um rock (ritmo que a torcida do Coritiba gosta muito), nem um tango, seria sim um samba e a letra seria:
“Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão...”

Não existe mais clima para a permanência de Ariel no Coritiba. O melhor a fazer é tentar o acordo (que não vai ocorrer), esperar ele ir embora e denunciá-lo na FIFA e claro, contratar um centroavante de verdade para matar a sede de gols da Nação Alviverde.

Saudações Alviverdes.