quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Final (IN)Feliz

Sabadããão, solzããão, jogããão, torcidããão, torcidão? Nããão.

Esperei muito tempo para a partida de sábado, o ano todo para ser mais exato. A expectativa era de festa, casa cheia, torcida empurrando o Coxa prá cima do Guaratinguetá e uma vitória para fechar o ano com chave de ouro, mas nada disso aconteceu. Esperava no mínimo 35 mil pessoas no jogo de sábado e o público de pouco mais de 20 mil foi apenas o princípio de minha decepção.

Quando me acomodo no estádio, vejo várias faixas pretas e algumas com manifestos, começa o jogo e a principal torcida organizada do Coxa exige que todos se sentem e fiquem quietos, pior que isso, vibram com o gol do adversário, chamam o time de timinho, vaiam... O empate do Coritiba foi o estopim para inícios de provocações de ambos os lados, os que torciam a favor e os que torciam contra, todos com a camisa do Coritiba, triste imagem.

Como já disse várias vezes, sentei nas arquibancadas da Mauá por 25 anos, até que em 2005 fui a uma partida da arquibancada perto da torcida e não sai mais, por várias vezes destaquei aqui a importância da Império Alviverde e como a torcida do Coritiba mudou de alguns anos para cá, mas o que vi no sábado me deixou extremamente magoado, a organizada novamente voltou a torcer para ela, colocou seus próprios interesses acima da razão de sua existência que é o Coritiba Foot Ball Club, triste situação.

Pelo que sei e que entendi de um dos gestores da torcida é que não foram permitidas a entrada de bandeiras e bateria caracterizada, deste modo, resolveram se calar, tentar calar quem queria realmente torcer, e pior, oferecer à imprensa poodle tudo que eles queriam, ou seja, um papelão no último jogo de nosso campeonato, realmente achei que a policia ia ter que trabalhar novamente e que presenciaria outra barbárie no Couto Pereira. Se essa era a intenção, parabéns conseguiram quase tudo, mas não calaram a todos, existem muitos torcedores que realmente tem o Coritiba acima de tudo, eu sou um deles, fui educado a SEMPRE apoiar o time que amo e sinceramente, não consigo nem xingar o Ângelo durante a partida, depois é outra história...

Nas comunidades de relacionamento, torcedores apaixonados e famílias extremamente desapontados com o ato ridículo, membros de torcida enaltecendo a palhaçada e se julgando donos do time, dizendo que sem eles o clube não é nada, que o estádio seria um grande cemitério sem eles, ledo engano, não se iludam crianças (a maioria dos posts eram de torcedores com menos de 23 anos), se vocês sumirem, outra organizada aparecerá, podem apostar, tem vários atrás da vaga de torcedor profissional e pior ainda, aposto que se a atual organizada deixasse de existir, 85% dos atuais membros adeririam a nova, inclusive vocês.

Apenas esclarecendo, não quero e nem espero que isso ocorra, apenas quero uma análise de consciência de todos. Ninguém é mais Coxa que ninguém porque ostenta o clube marcado na pele, porque viaja para as partidas ou porque vai a todos os jogos, isso não faz de ninguém mais ou menos Coxa Branca do que aquele que fica em casa acompanhando pelo radinho ou pela TV.

O fim da picada foi quando aos 41 minutos a torcida organizada começou a cantar o hino do Coritiba, achei aquilo quase como uma ofensa, pela primeira vez, a música que faz meu coração vibrar me soou triste, melancólica, e não cantei, não cantei como não cantaram todos os outros torcedores que durante os 86 minutos anteriores não cantaram, e no fim, o que era para ser um dia de festa, foi amargo e triste, não pela derrota, não me incomodo com isso, já aplaudi o Coxa em várias derrotas, o título já havia sido ganho em cada partida anterior, mas pela palhaçada armada por um grupo que se achou no direito de deixar de cumprir com o seu dever, afinal, torcida organizada é para isso, certo? Exatamente no dia que deveria ser de festa.

Não vou entrar no mérito da invasão de 2009, isso já foi exaustivamente discutido, as imagens não mentem, as pessoas pressas já foram soltas e o único realmente punido foi o Coritiba Foot Ball Club e agora, quase um ano depois da barbárie, após um ano de muito trabalho para recuperar a imagem do clube a da torcida, a imagem da torcida novamente é jogada na lama.

Agora me expliquem: como cobrar união dentro do clube se as torcidas não se unem?

Saudações Sempre Alviverdes.

ALMA GUERREIRA E CAMPEÃ

Se missão dada é missão cumprida, então o ano acabou para o Coritiba com uma semana de antecedência. O obrigatório retorno para a Série A e o Bi-Campeonato Brasileiro da Série B foram alcançados, novamente fora de casa, agora é voltar para o Couto Pereira para dar a volta olímpica.

Se algum desavisado visse o fim do Campeonato Brasileiro de 2009 e a “punição” imposta pelo Coritiba, com certeza diria: “esse time já era, a torcida vai sofrer por muitos anos...”, mas NÓS conhecemos muito bem o Coritiba, sabemos que é na adversidade que esse time cresce e mostra quão grande é, e não podia acontecer outra coisa, campeões de novo, passando por cima de tudo e de todos, provando que o maior do Paraná e sua torcida não podem ser achincalhados como foram por um bando de burocratas, lacaios do desejo do Al Capone do futebol brasileiro.

No futebol nada é por acaso, a boa campanha do Coritiba foi construída da mesma maneira que se constrói uma casa, com uma base sólida, formada por atletas de caráter e comprometidos com a causa e com um tijolo por vez, vitória a vitória, ponto a ponto. A diretoria, sabendo das dificuldades financeiras que teria, fez poucas mas acertadas contratações, jogadores se ofereceram para não receber o “bicho” durante o Campeonato Paranaense, Ney Franco, aceitou reduzir seu salário e rejeitou diversos convites para treinar outros clubes para levar o Coritiba de volta ao lugar de onde não deveria ter saído, e foi peça fundamental nesta conquista, trabalhando como verdadeira bússola que norteou o time durante toda a competição. Ao Ney Franco, aos líderes do time (Edson Bastos, Jeci, Marcos Aurélio e Pereira) e aos demais jogadores que aceitaram o difícil desafio de limpar a honra do Coritiba Foot Ball Club, meus mais sinceros agradecimentos, talvez vocês não tenham noção do quão importante foi essa conquista, mais saibam que seus nomes estarão gravados para sempre na historia do Coxa.

No próximo sábado contra o Guaratinguetá, no jogo que vai números finais a esse ano de sangue, suor, lágrimas e conquistas estaremos todos em nosso lar para receber os campeões, para a volta olímpica e cantar a plenos pulmões “Oh Glorioso como é bom te ver, campeão de novo”

Aos que me perguntaram se minha opinião sobre o Geraldo havia mudado, a resposta é não, mas agora apenas acrescento que ele é o novo Henrique Dias do Alto da Glória.

Prá finalizar, O Poodle Schimdt e suas cadelas adestradas do pet-shop devem estar mordendo o rabinho de raiva, não adianta pulguentos, como já disse um famoso jornalista esportivo: “O grande o Paraná é o Coritiba, indiscutivelmente”.

Saudações Sempre Alviverdes.

P.S. Estrela prateada NÃO.