Eu tenho um sonho. Em meu sonho, o Coritiba é uma equipe forte, que faz os torcedores se lembrarem daquelas máquinas verdes e brancas da década de 70 ou do timaço de 1989. Em meu sonho, a torcida lota os estádios em todas as partidas, as quais são verdadeiras festas de um time guerreiro para uma torcida que nunca o abandona. Grande parte de nossa torcida é formada por sócios, pois dá gosto se associar ao Coxa, dá orgulho sacar a carteirinha de sócio para mostrá-la aos amigos. Os ingressos que sobram são disputadíssimos, pois todos querem ver o Verdão do Alto da Glória jogar. Os Consulados oficiais do Coxa, espalhados pelo mundo todo, organizam excursões ou fecham bares para assistirem às partida do maior clube do Paraná... Quão longe estamos do meu sonho?
Quando paro para me questionar sobre qual seria a resposta à pergunta acima, infelizmente, chego à conclusão de que é: longe, longe mesmo, tão longe que isso é quase utópico. Por que esse sonho está tão distante se tantas pessoas, tenho certeza, comungam do mesmo sonho? Está distante porque pessoas que possuem condições de reverter a situação em que nos encontramos atualmente preferem se digladiar a se unirem. Não percebem que a união de suas forças e talentos poderia fazer do sonho de um Coritiba mais forte uma realidade palpável, pois somente a união de pessoas sérias, capacitadas e comprometidas pode levar o Coritiba novamente ao Alto da Glória.
O sonho de um Coritiba forte começa com uma diretoria de qualidade comprovada, mas como fazer isso se hoje temos, a meu ver, três grupos distintos que brigam entre si e sempre criticam quem “está no poder”? Nas eleições de três anos atrás, tivemos três chapas concorrendo à Presidência do Coritiba.
A chapa da situação trazia o Vialle, que daria continuidade a gestão do então presidente Giovani Gionédis.
A segunda chapa era formada por Domingos Moro, chamado de “O Mago” nos tribunais do STJD e, incontestavelmente, o melhor advogado do Brasil nesta matéria (o que ele fez nos casos do Aristizábal foi brincadeira). Domingos Moro, ao lado de Gionédis, levou o Coxa a ter alguns de seus melhores anos nas últimas décadas. Com grandes (e acertadas) contratações, levaram o Coxa ao Bicampeonato Paranaense e a Libertadores.
Na terceira e última chapa, tínhamos Jair Cirino e seu Projeto Vencer, pessoa de excelente índole e muito boa vontade para com o Coxa.
Quem vencesse a eleição seria Presidente do Coritiba no ano de seu centenário, data tão esperada pela torcida.
Para minha surpresa, ganhou quem eu imaginava que seria o último, pois sinceramente eu apostava na vitória do Moro ou do Vialle. Lembro muito bem que, após ter a vitória decretada, Jair Cirino disse que gostaria do apoio dos membros das outras chapas. Tal declaração fez meus olhos brilharem, pois cresci escutando notícias sobre as brigas de dirigentes dentro do Couto Pereira, mas naquela época era diferente. Era a turma a favor do Evangelino e a turma contra o Evangelino. Simples assim, pasmem, apesar de tudo, havia pessoas contra o Chinês.
Nas gestões mais recentes, sempre que um grupo convidou alguém de outro grupo para participar da gestão, a vaca já tinha ido para o brejo ou estava em vias disso. Basta lembrarmos, a título de exemplo, do convite de Gionédis para o retorno do Moro em 2005 (nesta ocasião Moro, negou o convite) e para o retorno de Cirino para Vialle, em 2009.
Deixando esse breve histórico de lado, voltemos ao sonho de um grande time formado por uma diretoria forte. Vamos fazer uma simulação. Se estivéssemos em outubro de 2009, o Coritiba estivesse na Série B e Jair Cirino não pudesse ou não quisesse se candidatar, quem seriam os candidatos à Presidência do Glorioso? Não vamos nos esquecer de que ninguém quer ser pai de “filho feio”.
Vários pré-candidatos surgiram quando tudo estava bem, principalmente no primeiro ano de mandato da atual gestão. Membros de cargos do Coritiba se desvincularam e começaram a buscar aliados para se elegerem. Lançavam-se em fóruns e divulgavam tudo o que acontecia nos corredores do Couto Pereira. O que houve com eles? Por que não se ouve mais falar deles? Por que apenas Domingos Moro se candidatou?
Em minha opinião, teríamos como candidatos Vilson Ribeiro de Andrade e Domingos Moro, ambos amados e criticados por parcelas da torcida do Coritiba. Quem venceria? Não sei. Quem perderia? O Coritiba. Sim, o Coritiba perderia. Perderia porque teria apenas um deles no comando. Por que não podemos ter os dois? E por que não podemos ter outros mais? Por que não podemos ter uma chapa única EM PROL DE UM OBJETIVO MAIOR QUE É O SUCESSO E CRESCIMENTO DO CORITIBA FOOT BALL CLUB?
Tenho certeza absoluta do caráter e retidão do Presidente atual, mas um grupo formado por Vilson Ribeiro de Andrade, Domingos Moro, João Carlos Vialle e, pasmem, Giovani Gionédis, sim o GG, seria hoje imbatível em matéria de competência. Por que isso é tão inaceitável? Por que precisamos ter dentro do Coritiba a mesma “sopa de letrinhas partidárias” que temos em nossa política?
Preciso deixar claro que não sou partidário de ninguém, aliás, meu partido é o CFC (Coritiba Foot Ball Club).
Sei e entendo que, para muitos, é difícil aceitar o retorno de Gionédis ao Coritiba, como Presidente ou não. Eu também era assim. Demorei para entender os motivos de vendas de jogadores e perceber o quanto é importante para um clube de futebol do nível do Coritiba atingir a solvência através de esforços próprios.
Tenho certeza de que a maioria das pessoas que criticam o ex-presidente, o faz por causa de seu temperamento explosivo e pelas atitudes que esse temperamento acarretou. No entanto, tenho certeza de que muitos dos que o criticaram ontem, hoje o carregariam nas costas de volta ao Couto Pereira. Atualmente, não vejo outras lideranças dentro do Coritiba, mas as portas têm que estar sempre abertas a quem possa agregar ao time que joga nos bastidores e “faz o clube rodar”.
A meu ver, um grupo de gestores formado por Vilson, Moro, Vialle e GG e uma REAL UNIÃO entre eles seria a chave do sucesso do Coritiba. Não seria uma tábua de salvação, mas a real possibilidade de colocar o Coritiba no patamar que merece.
Entretanto, ainda falta um membro nessa equipe: A TORCIDA. É visível a mudança que a torcida do Coritiba sofreu de 2005 prá cá. A torcida do Coxa não é mais aquela torcida que gritava meia dúzia de “lê, lê, o, lê, lê, o, lê, lê, o, lê, lê, o, COXA” e voltava a sentar.
A torcida de hoje é um décimo segundo jogador, um monstro que assusta os adversários, um cérebro extremamente criativo que, a cada jogo, cria novos gritos, novas coreografias, novas faixas e bandeiras, um novo Green Hell. Que espetáculo é o Green Hell, algo nunca antes visto no País. É uma pena que a mídia nacional só tenha conferido o devido destaque a esta festa nas partidas contra o Internacional e contra o Corinthians.
Não se enganem. Essa torcida não morreu. Parte dela está apenas afastada de seu segundo lar devido à VERGONHOSA punição imposta pelo STJD e ao alto preço dos ingressos. Essa torcida está sendo punida duas vezes, uma por não poder ver o Coxa no Alto da Glória e outra pelo preço exorbitante dos ingressos. Ela está sendo punida duas vezes por causa de meia dúzia de idiotas que invadiram o estádio e deram oportunidade para que o STJD executasse nossa CRUCIFICAÇÃO.
Sei que muitos acharão que esse texto transmite uma idéia ridícula. Dirão que as partes citadas nunca se unirão, mas se eles não se unirem, que outros o façam. De qualquer forma, o fim das facções e o afastamento dos aproveitadores que existem dentro do Coritiba, além da união dos talentos reais que temos em prol do clube são a única maneira de colocar o Coritiba novamente na elite do futebol brasileiro. Não estou falando de Série A, porque isso é obrigação. Estou falando de elite mesmo, o nível ao qual o Coritiba pertence.
Quanto a mim, sou apenas um sonhador. Alguém que gostaria de um dia ver esforços conjuntos das pessoas que realmente podem agregar ao Coritiba. Todos unidos em prol de um bem maior, em busca do sucesso e glória do clube que amo. Pessoas que lutem para mostrar quão grande é o clube do meu coração.
POR UM CORITIBA MAIS FORTE eu peço a união dos que podem fazer a diferença. Isso inclui eu e você.
Saudações sempre Alviverdes.
sábado, 22 de maio de 2010
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