quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Couto Pereira Pertence à Nação Alviverde

Seguindo minha rotina diária, cheguei em casa ontem e acessei o COXAnautas para me interar das últimas do Coritiba. Não havia nada sobre a renovação dos Paraíbas ou uma linha sobre o novo atacante, porém, para minha surpresa, havia uma nova matéria sobre o novo estádio, onde, segundo a diretoria, teremos novidades durante as comemorações do centenário. É interessante citar que as eleições também são em outubro, mas a notícia que realmente me chamou atenção foi a de que o Coritiba poderá ceder o Couto Pereira para o time do meio canil.

Antes de ler a matéria, julguei que seria mais uma cartada da corja de metralha e seus arautos da imprensa marrom, porém, para meu espanto e desapontamento, havia também a declaração do Vice-Presidente do Coritiba, Marcos Hauer, a qual faço questão de reproduzir: “Tenho certeza - e posso falar em nome dos meus pares - de que somos muito receptivos a essa idéia. Nosso relacionamento com o Atlético mudou da água para o vinho neste ano e posso adiantar que estaríamos de braços abertos, com total receptividade a acomodar um coirmão - explicou. - Da mesma forma imaginamos que a recíproca será verdadeira. Somos simpáticos também em considerar o Durival Britto e Silva, mas seria difícil acomodar toda nossa torcida lá. Um ou outro torcedor do Coritiba pode torcer o nariz no começo, mas acho que jogar na Arena será a melhor e mais confortável opção."

Antes de seguir com meu texto gostaria de apresentar abaixo a história do Couto Pereira, extraído do site do Coritiba:

Estádio Major Antônio Couto Pereira

Começo

Ao contrário da maioria das grandes construções no país, seja de complexos esportivos ou estádios, a construção do grande estádio no Alto da Glória tem uma história de dedicação de seus torcedores e pessoas apaixonadas pelo Coritiba.
O projeto foi elaborado por Ayrton Lolô Cornelsen, irmão de Aryon Cornelsen, que foi presidente do Coritiba de 1956 a 1963. No entanto, anos antes, em 1943, o projeto foi apresentado ao governo do estado. Emílio Hieges, Secretário da Fazenda do governador Lupion, vetou as obras alegando que destoava do padrão empregado nas construções do estado.
Após 10 anos o projeto foi novamente disponibilizado para construção, porém não houve interesse da sociedade. Os clássicos de Curitiba, que precisavam de um grande estádio, tiveram que esperar mais alguns anos para ver a obra acontecer.
Caberia ao Coritiba o pioneirismo. Depois que Aryon Cornelsen assumiu a presidência do Clube não se mediu esforços para dar início às obras, ocorridas a partir do dia 6 de janeiro de 1958. A partir daí seria necessária muita dedicação, que faria do futuro estádio um orgulho para o povo paranaense e para a nação coxa-branca.

Projeto e Estrutura

O estádio que conhecemos hoje em dia é muito diferente do apresentado no primeiro projeto. O estádio olímpico teria capacidade para 75 mil pessoas, sendo 48 mil sentadas, 54 lojas com 50 metros quadrados cada, formando um shopping center, um hotel com 108 leitos, restaurante, salão nobre, museu e sala de musculação.
Seu formato seria a continuação das atuais cadeiras sociais do estádio, com arquitetura simétrica e arquibancadas frontais similares. Nas laterais haveria uma decaída, dando um charme ainda maior à obra.
Toda essa estrutura viabilizaria o espaço em períodos fora da temporada esportiva. E para arrecadar dinheiro e dar início à construção, o primeiro passo tomado foi a venda de cadeiras perpétuas, plano semelhante ao utilizado na construção do Maracanã para a Copa de 1950. As mensalidades dariam respaldo para a manutenção do complexo esportivo.Para algumas pessoas tudo isso era loucura. Uma cidade como Curitiba não precisava de uma obra com tamanha dimensão, e por isso a construção do grande estádio foi fundamental na nossa história, colocando o Coritiba como a principal força do futebol no estado, a frente dos rivais e servindo de exemplo ao Brasil.

Construção

Era necessário Cr$ 200.000.000,00 de cruzeiros para a construção do terceiro maior estádio do Brasil, que ficaria atrás apenas do Maracanã e do Morumbi. E as obras, iniciadas em 06 de janeiro de 1958, terminaram no dia 12 de outubro do mesmo ano, com a entrega da primeira etapa do projeto.
Depois disso o estádio que seria modelo precisou ter seu projeto modificado. O terreno que ficava atrás do cemitério protestante seria fundamental para a construção de um amplo estacionamento. Porém, o então prefeito de Curitiba, Ney Braga, doou o terreno para a construção da igreja Perpétuo Socorro. Com isso deu-se fim ao projeto de Lolô. Opositores de Aryon ganharam as eleições e fizeram com que a obra fosse ainda mais descaracterizada, reduzindo, inclusive, o tamanho olímpico do estádio.

Sonho e realidade

Quando Evangelino da Costa Neves assumiu a presidência do Clube foi que a construção do grande estádio teve efetivamente continuidade. Novamente com a colaboração de Aryon, dessa vez nos bastidores, e o apoio dos Irmãos Mauad, o estádio começou a ganhar sua dimensão.
O projeto ganhou novas formas, mais uma vez arrojadas para seu momento. Seria viabilizada a construção de três anéis de arquibancada, que formariam uma linda e inovadora arquitetura.
Na década de 60, o público procurava espaço em meio às obras nos dias de jogos. O bolo esportivo era um sucesso e a torcida coxa-branca dava exemplo de amor, erguendo cada tijolo do então Estádio Belfort Duarte.
Em setembro de 1968 houve um acidente, que acabou sendo fatal para um dos operários da obra. Ao retirarem o escoramento da marquise (coberturas) das atuais cadeiras sociais, eles começaram a ruir.
A marquise teve problemas semelhantes em 1982 e 1985, mas não chegou a ceder. Durante a gestão de Evangelino, na década de 90, uma época o estádio foi interditado, por problema de corrosão.
Quando foi concluída a reconstrução da marquise, que passou por um processo de reformulação e contou com os melhores engenheiros do país, cerca de 70 voluntários subiram para testá-la, pulando e fazendo uma prova de carga.
De fato, a construção do nosso estádio se deu pela força dos nossos antepassados, de pessoas que, como nós hoje, viveram seu amor pelo Coritiba. A construção do gigante de concreto armado nunca teve seu fim. O Couto Pereira hoje está entre os melhores estádios do Brasil.
Colaboração: Grupo Helênicos

Isto posto, gostaria de fazer um esclarecimento: o Coritiba não é irmão, coirmão, primo e nem sequer parente distante do “clube lá de baixo”. Somos rivais. Não estou pregando a violência, mas a rivalidade tem que existir sim, pois é isso que faz o futebol tão apaixonante.

É interessante o sentimento que tenho quando leio as declarações de nosso mandatário e a história de NOSSA CASA. Sinto-me traído, literalmente apunhalado pelas costas.

Assombra-me a ingenuidade de nossa diretoria, pessoas que deveriam brigar por nossos ideais, em acreditar que se realmente necessitarmos do estádio do rival, local onde me recuso a pisar, seremos prontamente atendidos, uma troca de gentilezas. Sinceramente, acho que a diretoria do rival se vê como potencial locatária do Couto exatamente porque não acredita que teremos um novo estádio. Deste modo, não existirá a troca de favores. Será que esse diretor pensou no estado do gramado com essa maratona de jogos? Paranaense, Brasileiro, Copa do Brasil, Sul-Americana...

É interessante a colocação de que a relação entre os clubes mudou da “água para o vinho”, mudou para quem? Não vi nenhuma nota com tom de grandiosidade por parte do clube da Água-Verde por terem ido visitar o Couto Pereira e me lembro de Paulo Rink negando veementemente ter visitado nosso stand em uma feira de futebol. Mais alguém se lembra disso? Alguém viu alguma festividade dos poodles por terem visitado um estádio de verdade?

O meio estádio “deles” será reformado com dinheiro público, mesmo dinheiro que já construiu a metade, onde já comemoramos muitas vezes. Vale lembrar que quando o Coritiba necessitou reformar o Couto, fomos para Maringá. Por que o time dos poodles não pede mais dinheiro para a prefeitura e reforma o Pinheirão? Assim eles não terão que jogar no “pinga mijo”. Sim, foi exatamente assim que chamaram NOSSA CASA até 22 de junho de 2009, em alusão aos seus banheiros super modernos, onde todo mundo sabe o que acontece, e de repente, o “pinga mijo” se torna maravilhoso, conveniente não?

Decepciona-me que alguns torcedores sejam a favor dessa atitude, afirmando que isso é o futebol moderno, que temos que sempre oferecer a outra face, usando a expressão “pagando bem que mal tem?” para justificar esse absurdo. A essas pessoas, tenho somente uma coisa a dizer: dignidade e honra não tem preço, não se compram, bem como o respeito, respeito esse que a diretoria tem que ter com a torcida que a elegeu, a mesma torcida que voltará às urnas no fim do ano.

Sinceramente, se eu fosse Presidente do Coritiba, hoje de manhã, quando o Sr. Vice chegasse para trabalhar, encontraria suas coisas encaixotadas e suas contas calculadas.

O COUTO PEREIRA É NOSSA CASA E NÃO QUEREMOS DIVIDIR COM NINGUÉM.

Saudações sempre Alviverdes

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